Sebrae e BNDES criam fundo com potencial de R$ 15 bi em crédito aos pequenos negócios

O Sebrae e o Banco Nacional Econômico e Social (BNDES) firmaram, nesta terça-feira (12), um acordo de cooperação técnica para a criação do fundo garantidor BNDES FGI Sebrae, voltado exclusivamente para operações de crédito dos pequenos negócios, com perspectiva de aportar R$ 1 bilhão, o que resultaria em até R$ 15 bilhões em crédito para os microempreendedores individuais (MEI), donos de microempresas e empresas de pequeno porte de todo país. Com aporte inicial de R$ 150 milhões de cada instituição, e a perspectiva de ampliar para R$ 500 milhões cada, o BNDES FGI SEBRAE poderá alavancar, em um primeiro momento, cerca de R$ 4,5 bilhões em créditos para os pequenos negócios.

A previsão é que o aporte de cada instituição aconteça até dezembro deste ano, com ampla gama de instituições financeiras parceiras. O Sebrae também oferecerá o suporte do Crédito Assistido que já atendeu mais de 70 mil empreendedores. Entre janeiro e maio de 2022, 37 mil empresas foram acompanhadas pela iniciativa, que oferece informações, diagnósticos, ferramentas digitais, conteúdos, capacitações e consultorias com o objetivo de reduzir os riscos de inadimplência e ampliar a sustentabilidade financeira dos negócios.

Presidente do Sebrae, Carlos Melles. Crédito: Felipe Costa.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, lembra que o acordo marca os 50 anos da instituição e 70 anos do BNDES, destacando que o crédito é essencial para os pequenos negócios. “Esse evento tem uma marca histórica e disruptiva, é o nosso presente para as micro e pequenas empresas. Essa é uma parceria de ganha-ganha que vai mitigar o risco dos pequenos negócios ampliando consideravelmente as operações de crédito. O mais importante é que o Sebrae oferecerá o crédito assistido para todos os empreendedores que obtiverem crédito a garantia do BNDES FGI SEBRAE.”, completou Melles.

Já o BNDES disponibilizará sua expertise de mais de 20 anos em gestão de fundos garantidores e sua plataforma de gestão, um sistema totalmente digital, escalável e com elevado grau de compliance, testado com sucesso na operacionalização de fundos garantidos que já viabilizaram mais de R$ 100 bilhões em crédito, por meio de mais de 40 agentes financeiros parceiros.

Presidente do Sebrae, Carlos Melles, presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e o diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES, Bruno Laskowsky. Crédito: Felipe Costa.

Durante a assinatura do acordo, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, destacou o novo posicionamento da instituição, comprometido com o desenvolvimento multidimensional do país. Segundo ele, o potencial desse fundo garantidor é transformador devido ao impacto socioeconômico. “O valor agregado desse crédito é muito mais importante para o Brasil do que outros empréstimos. O Real que vai para as MPE é multiplicado na alavancagem nacional ao aliviar o balanço dos pequenos negócios e seu efeito na ponta é o maior ativo do país”, frisou.

O ex-secretário especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif, que também participou do encontro, ressaltou que o papel do Sebrae no crédito orientado e que o BNDES está a serviço dos campeões nacionais da renda e trabalho que são os donos dos pequenos negócios. “O que estamos fazendo agora é uma verdadeira democracia econômica, dando oportunidade a todos”, comentou.

Entenda

Os fundos garantidores têm potencial para reduzir o risco das operações de crédito das instituições financeiras pois atuam justamente em um dos fatores que mais dificulta o acesso a financiamentos para este setor: a falta de garantia na hora de tomar empréstimos.

Confira a galeria completa aqui.

Fonte: SEBRAE

Setor de Serviços concentra a maior proporção de pequenos negócios da economia

Segundo o Atlas dos Pequenos Negócios, metade dos MEI e 41% das MPE atuam nesse segmento

O setor de Serviços continua em expansão na economia, impulsionado, principalmente, pela grande concentração de pequenos negócios. Em 2021, esse segmento de atividade reunia metade de todos os Microempreendedores Individuais (MEI) do país e 41% das micro e pequenas empresas (MPE). Esse dado foi revelado pelo Atlas dos Pequenos Negócios, elaborado pelo Sebrae.

De acordo com o documento, entre as 20 atividades com maior número de MEI, doze estão em Serviços, cinco no Comércio e três na Construção Civil. Já entre as micro e pequenas empresas, das 20 atividades com maior concentração de negócios desse porte, dez estão em serviço, nove em comércio e um na construção civil.

Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o grande número de pequenos negócios nas atividades de Serviços é resultado das próprias características desse segmento. “Enquanto nos setores de Comércio e Indústria, o empreendedor tem um custo inicial com a compra de equipamentos e produtos ou aluguel de espaço, em Serviços, a empresa, muitas vezes, cabe na própria bolsa. Atividades como cabeleireira, chaveiro, produção de quentinhas, por exemplo, pode ser realizadas na rua, na casa do cliente ou do empreendedor”, comenta. “Além disso, esse segmento demanda, em geral, um nível menor de especialização, o que torna a atividade mais acessível a um maior público de potenciais empresários”, complementa o presidente do Sebrae.

As facilidades oferecidas pelo MEI atraíram Lucas Andrea, que trocou o trabalho no banco pelo empreendedorismo. Ele lançou a empresa na área de audiovisual em 2021 na cidade de São Paulo. “Eu faço serviço de publicidade para as pequenas e médias empresas do setor têxtil. Esses empreendimentos têm dificuldade de ter uma fotografia boa, de qualidade para competir com as grandes”, conta. Antes de abrir, o empreendedor investiu R$ 12 mil em equipamentos. Segundo Lucas, a empresa está indo bem.

Número recorde de MEI

O Atlas dos Pequenos Negócios mostra também que em 2021 havia 11,2 milhões de microempreendedores individuais (recorde histórico) e 7,2 milhões de microempresas e empresas de pequeno porte. Ainda segundo o levantamento, em 2021 foram abertos 3,1 milhões de novos MEI que responderam por quase 80% de todas as empresas criadas no ano passado. O maior contingente estava no estado de São Paulo: quase 870 mil MEI.

Cinco Atividades com maior concentração de MEI

  • Comércio varejista de artigos do vestiário e acessórios – 6,9% (Comércio).
  • Cabeleireiros, manicure e pedicure – 6,9% (Serviço).
  • Obras de alvenaria – 4,2% (Construção).
  • Promoção de vendas – 4,1% ((Serviço).
  • Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar – 2,9% (Serviço).

Cinco atividades com maior concentração de MPE

  • Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios – 3,4% (Comércio).
  • Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios, minimercados, mercearias e armazéns – 2,8% (Comércio).
  • Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares – 2% (Serviço).
  • Restaurantes e similares – 2% (Serviço).
  • Serviços combinados de escritório e apoio administrativo – 1,9% (Serviço).

Fonte: SEBRAE